Médico que matou namorada de 15 anos é indiciado por feminicídio p2p25

O tiro foi disparado dentro do veículo do médico logo após o casal deixar um bar no centro da cidade o1n6c
A morte de Ketlhyn Vitória de Souza, adolescente de 15 anos, atingida na cabeça por um disparo de arma de fogo dentro de um carro, na madrugada de 3 de maio, resultou no indiciamento do médico Bruno Felisberto (foto em destaque), de 29 anos, por feminicídio e outros seis crimes. O inquérito foi concluído pela Polícia Civil de Mato Grosso. Se condenado, Bruno pode pegar até 62 anos de prisão em regime fechado.
O tiro foi disparado dentro do veículo do médico logo após o casal deixar um bar no centro da cidade. A reconstituição dos fatos, feita com base em imagens de câmeras e depoimentos, mostrou que o crime ocorreu em menos de cinco minutos após Ketlhyn assumir a direção do carro. O médico estava no banco do ageiro e portava uma arma ilegal, adquirida em 2022.
Apesar de afirmar, em depoimento, que o disparo foi acidental e que acreditava que a arma estava descarregada, o delegado Waner Neves considerou a versão incompatível com as evidências. Além de feminicídio, Bruno foi indiciado por dano ao patrimônio público, porte ilegal de arma de uso , disparo de arma de fogo, dirigir sob efeito de álcool, entregar veículo a pessoa não habilitada e fornecer bebida alcoólica a menor de idade.
A investigação detalhou a cronologia da noite. Às 00h55, o casal deixou o bar. Três minutos depois, Ketlhyn dirigia o veículo quando o disparo ocorreu. Às 01h01, Bruno assumiu o volante e chegou ao hospital em alta velocidade um minuto depois, onde a adolescente foi atendida e teve morte confirmada às 01h28. Desesperado, ele teria danificado equipamentos da unidade hospitalar ao saber do óbito.
Apesar do surto no hospital e da tentativa de reanimação, o histórico do relacionamento revela uma escalada de comportamentos violentos e imprudentes por parte do médico.
Bruno conheceu Ketlhyn ainda em 2024, através da irmã da adolescente. Em janeiro deste ano, os dois iniciaram uma união estável. Três meses depois, a jovem foi levada por ele mesmo ao hospital com sangramentos no nariz. Bruno foi o responsável pelo atendimento e descartou qualquer indício de agressão.
Prisão e investigação
Bruno foi preso preventivamente no dia 5 de maio. No interrogatório, alegou que o disparo foi acidental. A Polícia Civil, no entanto, viu elementos suficientes para configurar feminicídio — homicídio com motivação de gênero, agravado pelo fato de a vítima ser menor de idade, estar em relação íntima com o autor e ser vulnerável.
Bruno segue detido enquanto o Ministério Público analisa o inquérito para eventual denúncia formal.